sábado, 16 de novembro de 2013

Amor é...

Sempre entendi as relações amorosas como sendo algo evolutivo. Comece em paixão ou amizade, acredito que o amor é a evolução natural quando nos sentimos atraídos inicialmente e nos sentimos bem com a outra pessoa no dia a dia, comungamos de princípios e valores e nos completamos com o outro.
É natural numa relação amorosa projetarmos o futuro a dois, imaginarmos como a vida pode ser construída, como serão os bons e os maus momentos, as rotinas e as aventuras. A meu ver, se não houver projeto de vida a dois pouco haverá de amor na relação. Esse projeto tem de existir e tem de ser capaz de dar espaço a cada um individualmente, mas com uma linha limítrofe que é a sua relação de partilha a dois.
Também é verdade que quando amamamos esperamos tudo do outro e em conceitos opostos: a chama de amante com a paciência de amigo, o abraço protetor com a visão aventureira da vida, a independência nas decisões mas constrangida pelos limites da relação. Não é fácil, especialmente porque também nós evoluímos e podemos querer coisas diferentes em momentos que outro não está preparado para dar.
Por outro lado conhecer bem demais o outro pode levar à saturação, à perda de interesse, à necessidade de procurar algo novo. É importante nessas fases inovar com a pessoa amada, na intimidade, no tempo a dois, nos desafios conjuntos, conscientes de algo possa não estar bem mas focados no que já existe a dois.
Para se estar numa relação não podemos necessitar dela. Temos de a desejar e de lutar por ela, com paciência, com ponderação, com atenção em si mesmo e no outro, com sentido crítico... Mas também com alguma loucura, e, se inicialmente presente, com lembranças da paixão que pode esmorecer mas nunca acabar.
Curiosamente, talvez o segredo de um amor profundo esteja na paixão; em procuramos apaixonarmo-nos todos os dias pela pessoa que amamamos e deixarmos durar o encantamento.